Quem é que se importa de verdade com o futuro?

Acabei de ler uma notícia que diz que “Tarcísio de Freitas veta projeto de aulas sobre educação climática” e ler essa notícia me trouxe um pensamento antigo, que eu já tinha tirado da minha cabeça: a preocupação com o futuro do Brasil e do mundo.

Quando falamos em política, basicamente falamos sobre o mundo que queremos deixar para nossos descendentes, o mundo onde vamos deixar um legado e com o qual nos preocupamos. Mas eu não vou deixar nada aqui, a não ser lixo e entulho tecnológico. Não tenho filhos nem quero ter. Então, por qual motivo, razão ou circunstância eu deveria me preocupar com esse futuro?

Claro, eu quero que os filhos dos meus amigos tenham um lugar melhor para viver, com um mundo mais justo, onde não precisemos trabalhar até o último dia de nossas vidas. Isso é interessante não só para eles, mas para mim também. Mas quantas pessoas pensam assim?

Mudanças chegando rápido

É fato que a crise climática está afetando a vida de milhões de pessoas no mundo todo. Está claro. Só nesse ano, tivemos as enchentes no Rio Grande do Sul, tivemos queimadas acima do normal no Pantanal e no interior de São Paulo, o que fez com que a cidade tivesse o ar mais poluído do mundo.

Fora do Brasil vimos ALAGAMENTOS NO DESERTO DO SAARA – isso mesmo, um alagamento no maior deserto do mundo! E o que falar do calor fora do comum na Europa? E agora, nesse exato minuto, o furacão mais devastador de todos os tempos está passando por cima da Florida, EUA.

O deserto do Saara alagado não é um problema?

Todos esses problemas climáticos estão aí para todo mundo ver. E as pessoas estão pouco se lixando para isso e elegem os políticos da mesma forma que se elege o cara mais gente boa da faculdade.

Meu marido tem 68 anos, eu tenho 44. Ele é a pessoa mais importante que tenho na minha vida e não vai sofrer com a crise climática. Então, repito a pergunta, por que eu me preocupo?

Quando eu era mais jovem, dizia: foda-se a natureza. Alguém ou alguma coisa me fez mudar meus pensamentos.

Vamos mudar ou ficar só olhando?

Se queremos um mundo melhor para o futuro, precisamos agir agora e isso precisa vir de quem tem poder de decisão, de quem pode mover a sociedade para esse futuro. A decisão de Tarcísio de não explicar para as novas gerações a gravidade de viver como se o planeta tivesse recursos infinitos mostra que ele não está preocupado com o futuro – assim como a maioria das pessoas que o elegeram.

Tudo bem, posso estar generalizando, mas é necessário mudar de postura agora, não só Tarcísio, mas todos os representantes. São eles que precisam impor limites em uma ação conjunta para que a vida humana seja conservada.

O povo também precisa agir, cobrando dos políticos ações que protejam a vida, a biodiversidade e, sobretudo, impondo limites para os grandes agentes poluidores. Mas, ao que parece, estamos inertes, pensando se vamos comprar um iPhone ou o próximo game de sucesso.

Depois de ver esses acontecimentos, sejam os políticos, sejam no dia a dia das pessoas, esse raciocínio volta a rondar a minha mente. Não sei, mas cada vez que paro para pensar “o que é que as pessoas querem para o futuro?” eu realmente não entendo e, honestamente, não estou querendo entender mais.